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Corte de árvores no Morro dos Conventos segue recomendação do MPF 3n4s8

Espécie tóxica, que causa a morte de abelhas e beija-flores também será cortada
A Secretaria de Obras de Araranguá iniciou na terça-feira (29/10), a execução de obras para a construção – com pavimentação em paver – de estacionamentos e implementação de calçadas, no bairro Morro dos Conventos, em Araranguá. Os trabalhos ocorrem no trecho compreendido entre a Rua Criciúma até a Rua “B”, e também na Rua “B”, no trecho compreendido entre a Rua Caxias até a Avenida Beira Mar.
Segundo o engenheiro Agrimensor e fiscal da Secretaria de Obras, Adailton Cardoso da Silva, a obra é ampla. “Estão sendo retiradas lajotas, meios-fios velhos e árvores”, destacou.
Mas o que chamou a atenção da população – causando repercussão nas redes sociais – foi o corte das árvores, principalmente as localizadas nas dunas à beira mar. Segundo frequentadores, as árvores propiciavam uma ótima sombra para quem queria fugir do sol forte, tomar um bom chimarrão, e até mesmo fazer um churrasquinho.
Luiz Leme, diretor da Fundação Ambiental do Município de Araranguá (FAMA), detalhou que as árvores que estão sendo retiradas são da espécie Casuarinas. “São árvores exóticas, com potencial de disseminação na área de preservação, cujo as folhas inibem o crescimento das plantas nativas que estão sob a sua copa”, explicou.
O Secretário de Planejamento, Indústria e Comércio de Araranguá, Francisco Diello explicou que, por recomendação do Ministério Público Federal (MPF), os cortes estão sendo realizados. “Recebemos a recomendação do MPF em 2014 para o corte das Casuarinas nas vias e praças da cidade, principalmente na orla marítima. Em 2016 fizemos a poda de galhos para impedir o surgimento de novos ninhos de pássaros, e agora amos aos cortes, conforme plano definido pela FAMA. Por iniciativa nossa, os Jamelões e Espatódeas também serão cortadas. As dunas fazem parte Área de Proteção Ambiental (APA), sendo proibido o trânsito ou a permanência de pessoas; a travessia até o mar deve ser feita via arelas”, explicou Diello.
Ainda segundo o secretário, se estas árvores exóticas estiverem em locais particulares, os proprietários serão notificados a fazer o corte.
Nos locais públicos e vias, Ipês serão plantados, substituindo gradativamente as antigas árvores.
Na orla do morro dos Conventos, um sistema de contenção deverá ser instalado nas dunas, até o plantio de uma vegetação rasteira nativa.
A Casuarina, ou Pinus-Australiano, é nativa da Austrália, mas que hoje encontra-se distribuída no mundo todo, principalmente em regiões litorâneas. Onde cresce a Casuarina dificilmente outras plantas de menor porte crescerão. Isso ocorre devido ao alto acúmulo de folhagem morta sobre o solo. Sua semente pode “viajar” até 60 km com a ação do vento, causando desiquilíbrio ambiental em toda região.
A Espatódea produz flores que possuem uma substância altamente tóxica aos animais que a frequentam, como abelhas e beija-flores, causando a morte por intoxicação, causando desequilíbrio ecológico, pois abelhas e beija-flores e outras espécies de insetos e aves são os principais polinizadores da nossa flora.
No caso dos Jamelões, o motivo é a supressão das árvores ao lado e seus frutos arroxeados, que quando maduros, provocam manchas em calçados, tecidos, mãos, pinturas de veículos, além de deixarem calçadas e pista de rolamento escorregadias.
No Morro dos Conventos, as árvores Casuarinas foram plantadas na década de 70 por moradores locais, visando o impedimento do deslocamento das dunas.
Texto: Portal Agora
