Jovens acusados de homicídio são condenados em Júri Popular 292n2m

Um dos julgamentos mais longos de Araranguá sentenciou trio que matou e enterrou vítima no Arroio.

 Maurício Andrade Vieira de 20 anos, Iago de Souza Dutra de 23 anos e Rodrigo de Lima também de 20 anos, durante a quinta e sexta-feira, foram julgados em Júri Popular pela morte de Daniel Izidoro Cardoso de 32 anos. A vítima foi morta em 2015, em Balneário Arroio do Silva e ossada foi localizada em dunas daquela município, em março do ano ado.

Após dois dias de julgamento, por volta da 01h20min da madrugada deste sábado, o trio foi condenado por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Iago foi condenado há 19 anos e dois meses de reclusão, Maurício recebeu sentença de 15 anos e dois meses de prisão e Rodrigo foi condenado a 13 anos de reclusão, todos em regime fechado.

Os advogados dos réus irão recorrer solicitando a anulação do júri. Os defensores de Maurício e Rodrigo alegam que houve quebra de incomunicabilidade dos réus e nulidade por uso de algema, o defensor de Iago também alega nulidade por uso de algema.

Relembre o crime

Desde 2015 a Polícia Civil da Divisão de Investigação Criminal de Araranguá, estava atrás de Daniel Izidoro Cardoso de 32 anos. Ele desapareceu em meados do mês de maio daquele ano, em Balneário Arroio do Silva, sendo que a mãe chegou a registrar um boletim de ocorrência de desaparecimento, no dia 08 de junho de 2015. Na época ela afirmou que o filho estava sem dar notícias há 20 dias.

A Polícia Civil investigou, mas por meses não obteve êxito. A investigação começou pela DIC, ou pela delegacia do Arroio, sendo que há no mês de março do ano ado, foi cumprido um mandado de busca em uma residência suspeita, porém, nada que confirmasse a morte de Daniel foi encontrado. A investigação ficou então a cargo do delegado Jair Pereira Duarte que assumiu a DPMU do Balneário Arroio do Silva, na ocasião.

O quebra-cabeça foi se fechando e os trabalhos investigativos estavam avançados, quando na primeira quinzena de março de 2016, um jovem de 19 anos, procurou pela delegacia e confessou ter participação na morte de Daniel Izidoro Cardoso. O rapaz contou como foi praticado o homicídio e indicou um local onde o corpo estaria enterrado.

Segundo o delegado Jair Pereira Duarte que esteve à frente das investigações, Daniel na época dos fatos estava em um quartinho dormindo, à tarde, quando foi surpreendido por três jovens que o amarraram e desferiram diversos golpes com martelo ou objeto contundente na região da cabeça até a morte. Após o crime, o corpo foi enterrado em uma estrebaria. Quando anoiteceu, o trio desenterrou o corpo, colocou em cima de um cavalo e andou por cerca de 600 metros, até dunas, onde os assassinos cavaram e então ocultaram o cadáver, na Praia da Meta, em Balneário Arroio do Silva.

Na manhã de um sábado, dia 19 de março de 2016, o delegado Jair e sua equipe prenderam Mauricio Andrade Vieira de 19 anos, morador do Bairro Barranca, que participou do crime e acabou confessando, apontando outro local onde teria enterrado Daniel, com a ajuda de Iago de Souza Dutra e Rodrigo de Lima.

Durante aquele sábado, dia 19, os trabalhos de escavação recomeçaram com a ajuda de uma retroescavadeira em uma área de dunas, na Praia da Meta. Após horas de escavações, por volta das 14h30min uma ossada foi encontrada.

No local ficou constatado que o crânio estava esfacelado e para ter certeza de que a ossada encontrada era de Daniel, um exame de DNA foi realizado e posteriormente confirmada a identidade da vítima.